sábado, 29 de março de 2014

A DROGA do Comportamento

Ontem, dia 28/03/2014, estive na reunião do Amor Exigente, trabalhando o tema VALOR com os familiares dos dependentes químicos em tratamento.

Cada reunião, cada encontro com cliente, cada conversa, filtro as histórias que escuto e faço várias reflexões sobre o tema. Ontem não foi diferente e queria poder escrever algo que pudesse ajudar as famílias que estão passando pelo processo da drogadição.

 As drogas estão assolando o mundo, dominando as sociedades e destruindo famílias.
Quando nossos filhos são pequenos imaginamos que a droga nunca atingirá nossa casa.
De repente, nossos filhos crescem e começam a fazer escolhas, se envolver com novos grupos sociais e descobrimos que o "controle saiu das nossas mãos". Eles passam a fazer escolhas, tomam decisões e - "decisões causam destinos".

Alguns filhos tomam decisões focadas em seu crescimento pessoal, profissional e emocional. Outros, inundados de incertezas, de medos, com emoções conturbadas, sem clareza de quem são, para onde querem ir, baixíssimo nível de autoestima, optam pela busca do prazer imediato, da conquista do prazer sem esforço, sem construção, sem elaboração, sem maturação, o simples prazer pelo prazer, uma típica fuga da realidade, das suas emoções, e, às vezes, simplesmente movidos pela curiosidade por estar uma pessoa ociosa.

 Pais muito atentos, descobrem rapidamente que seu filho está usando droga. Pais demasiadamente focados em outras coisas, demoram para descobrir, e, muitas vezes, descobrem o uso do filho quando este já "está" um dependente químico.

BUM!!! Neste momento "a casa cai", porque se imagina que isso será vivido pelos outros, não por você, na sua casa, na sua família.

De quem é a culpa? O que fazer agora? Isso será passageiro? É só curiosidade? Será que ele já está dependente? Com quem ele está envolvido? Que tipo de droga está usando? Onde usa? Quando usa? Por que  um "menino" que tem tudo, usaria droga?  Por que não percebi isso antes? Onde falhei?

O pânico toma conta, a ansiedade, a pressa em solucionar algo que foi se instalando gradativamente. Naquele momento queremos arrancar aquele mal de uma vez para se afastar da dor, da culpa, da preocupação, do MEDO de onde aquilo tudo pode chegar.

MEDO, MEDO, MEDO - um sentimento daninho. "Medo que dá medo do medo que dá".(Lenini)

A CODEPENDÊNCIA se instala e os pais passam "a não ter mais vida própria". Vivem 24 horas em função do ente querido, agora usuário. Acompanhando cada passo, fiscalizando roupas, material escolar, redes sociais, para se obter o máximo de informação sobre o que está acontecendo com seu filho.

Você passa a se dar conta que convive com um estranho, ausente, desconectado da família, alienado e inconsequente. Você se pergunta: -  Quem é meu filho? Você passa a cobrar condutas, comportamentos, respostas, e quando maior for sua "marcação", mas distante ele se tornará. Está DESCONECTADO. Para ele pouco importa o sofrimento que aquilo está gerando para a família.

A mãe adoece e passa a viver a base de calmantes, o pai se afunda no trabalho ou em outra atividade para não pensar sobre aquele problema. Deixam de se alimentar adequadamente, de dormir, de ter vida social, deixam de fazer amor, de se relacionar harmoniosamente, porque alguém tem que ser o "culpado" daquela situação.  Abandonam emocionalmente os outros filhos e não se dão conta de nada disso.O CAOS da CODEPENDÊNCIA  se instala, e, em muitos casos, divórcios acontecem neste momento tempestuoso.

A mente desses pais se torna um turbilhão de pensamentos angustiantes, de dia e de noite. Não cabe mais nada, só o imenso desejo de passar a borracha nesta fase da vida, neste evento e pular para o capítulo seguinte, onde "eles viveram felizes para sempre".

Como a vida não é conto de fadas, o capítulo do "viveram felizes para sempre" é precedido de muito trabalho, dedicação, resgate de vida, de buscas para tratar o usuário e os familiares codependentes. Médicos, psicológos, terapeutas, religião, grupos de apoio, reuniões do Amor Exigente, conhecimento, auto conhecimento, Coaching etc

É importante neste momento respirar fundo e entender o seguinte: para chegar neste ponto houve uma construção que não foi de um dia. Para desconstruir tudo isso levará um tempo. Para construir de novo, outro tempo. Paciência se faz necessária. A dor passará, pois "não existe bem que sempre dure, ou mal que nunca acabe", já dizia minha saudosa e sábia mãe, mas, para tanto, entre em AÇÃO, para que tenha resultado. Sem Ação não existe Resultado.

Em breve, escreverei outro texto com dicas para o resgate do controle emocional, o que te empoderará para retomar o controle de suas emoções em um momento caótico como este. Até lá lembre-se: "A UNIÃO FAZ A FORÇA". Aguardem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário